nadja

Saturday, July 07, 2007

*Nadja da Cruz Silva


A prática do letramento na alfabetização de jovens e adultos

Resumo:

O presente artigo, tem a finalidade de expor sobre as possibilidades de inserção das práticas de letramento na educação de jovens e adultos, evidenciando numa perspectiva social e política a importância de uma formação adequada para o educador que irá lidar com este público.

Summary:

The present article, has the purpose to display on the possibilities of insertion of the practical ones of letramento in the young education of e adult, evidencing in a social perspective and politics the importance of a formation adjusted for the educator who will go to deal with this public.

Palavras Chaves: letramento, alfabetização, educação de jovens e adultos

A compreensão da importância de trabalhar as reflexões sobre letramento na alfabetização de jovens e adultos e de embutir o indivíduo no mundo letrado, se dá quando entendemos que o letramento e a alfabetização são processos importantes, para a aprendizagem dos alunos, e estes processos podem está associados, mas são distintos.Cecília Goulart evidencia essa diferença entre letramento e a alfabetização da seguinte forma :

O letramento, no nosso ponto de vista , pode incluir a alfabetização. A noção de letramento está associada ao papel que a linguagem tem na nossa sociedade. Os espaços que freqüentamos, os objetos e livros a que temos acesso, as pessoas com quem convivemos, também são agências e agentes de letramento.Enquanto que a alfabetização é um conceito mais especifico que diz respeito à aprendizagem da língua escrita como uma nova linguagem, diferente da linguagem oral, mas a ela associada. O processo de alfabetização é trabalhado de modo mais sistemático na escola; neste lugar social é que podemos compreender e ampliar o nosso conhecimento sobre o mundo da escrita , e não só sobre a escrita propriamente. Neste ponto cruzamos letramento e alfabetização.” (GOULART,Cecília. pg 2)

Goulart, na citação do parágrafo anterior não apenas explica o processo de letramento e alfabetização, mas chama atenção para uma questão fundamental nessa discussão, que é as múltiplas maneira , do indivíduo está letrando-se e adquirindo o código da escrita e leitura nos diversos espaços que não apenas o ambiente escolar. E a importância do educando está se apropriando dos códigos da escrita e da leitura e fazendo uso socialmente deste conhecimento de forma critica e reflexiva sobre o que se está lendo ou escrevendo, uma vez que as demandas da sociedade contemporâneas exigem muito mais do que o saber ler e escrever, mas sim o saber compreender e interpretar e fazer uso deste conhecimento de forma utilitária, inserindo esse aprendizado na vida cotidiana.

Um exemplo ilustrativo para compreender como trabalhar o letramento nas classes de educação de jovens e adultos, é evidenciar para este aprendente, que está em processo de aquisição da linguagem escrita e da norma padrão, que a prática de letramento está no bilhete, no filme que assistimos, na reportagem de jornal, no dialogo que temos com um colega, , na musica que ouvimos ou na assinatura do contrato de trabalho; pois estas são práticas que servem tanto para comunicar como para exercermos nossa cidadania. E a partir dessas informações, o educador tem a possibilidade de está produzindo e planejando o material da aula, pensando neste cruzamento entre alfabetização e letramento, sempre é claro levando em consideração o contexto social e cultural que o aprendente está inserindo, trazendo materiais para trabalhar está questão de forma clara e objetiva , com situações que sejam próximas da realidade do educando.

Será que os educadores de jovens e adultos estão preparados para lidar com o processo de letramento no momento que alfabetiza seus alunos? Ou ficam presos a manuais de capacitação, impedindo que os alunos se expressem por que não está dentro de uma programação? Estas são questões que devemos refletir a cerca do preparo do professor alfabetizador, ao evidenciar as práticas de letramento na sala de aula. O profissional que vai trabalhar com educação de jovens e adultos, além de entender a realidade daquele público que na maioria são trabalhadores, que não tiveram oportunidade de completar seus estudos na idade adequada, e precisa recuperar o tempo perdido para exercer a completa cidadania; este profissional precisar ter uma fundamentação teórica muito segura, para que a prática da alfabetização em sala de aula seja consolidada com bases teórica. E é preciso que o educador além de ter o domínio dos conteúdos da área de conhecimento especifico, crie um ambiente que os alunos possam se perceber envolvidos nas práticas do letramento.

Analisando a situação socioeconômica que o público da educação de jovens e adultos está inserido; iremos perceber que o país em que vivemos, os bens econômicos e culturais estão distribuídos de maneira desigual e perversa. Conseqüentemente o acesso ao conhecimento também está restrito a uma minoria detentora do poder. E existe um certo interesse que as massas populares recebam uma educação básica, sendo capaz apenas de assinar o nome, para que essa minoria garanta a perpetuação do poder.

A passagem do indivíduo pela escola não garante que este possa fazer parte do mundo letrado. É preciso ir além do saber ler e escrever, pois o educando precisa está capacitado para fazer interpretações, análises e tomar decisões conscientes do que está ao redor. E para isto realizar-se o educador tem uma participação fundamental na educação deste individuo, planejando as aulas numa perspectiva de inserir o aprendente na saciedade letrada, e com o olhar muito atento para o que o aluno traz da sua vivencia.

Um outro ponto significativo é estarmos analisando de maneira mais ampla a educação de jovens e adultos, estando atento para uma configuração de caráter obrigatório desta educação, e deixando transparente que não é uma compensação. Para que desta forma existam possibilidades, para que o indivíduo possa galgar novos horizontes. É não apenas restringir está modalidade de ensino ao primeiro ciclo do ensino fundamental, mas sim possibilitar que o educando passa dar continuidade a outras etapas da vida escolar.

Referências Bibliográficas :


GOULART, Cecília Maria Aldigueiri. Texto sobre Oralidade, Escrita e Letramento. pgs 1- 4.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 36°, São Paulo: Cortez, 1998.

Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultas.
MARCUSCHI, Luis Antônio.Letramento e oralidade no contexto das práticas sociais e eventos comunicativos in: SGNORINI, I (org) Investigando a relação oral /escrito e as teorias de letramento. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2001.

BEISEGUEL, Celso Rui. Entrevista : Eja :Processo de abertura para o mundo.


SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas.Disponível em http://www.anped.org.br (acesso em 15/07/2004)


Notas:
* Estudante do 5º semestre do curso de Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia

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